
Volume 2
Situação de Aprendizagem 8
O Imaginário Republicano
Origem:
Latim - res publica que significa respectivamente coisa e pública.
Definição:
República - substantivo feminino.
1. forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos.
2. jur forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos.
A República e seus ideais geralmente são representadas por mulheres:



Causas da implantação da república no Brasil:
Crise na monarquia: Os partidos liberal e conservador que representavam a aristocrácia rural e a igreja católica perdem prestígio devido a crise econômica e escravagista e passam a aspirar idéias republicanas.
Crise militar: Devido o descaso do imperador com os salários, pensões e promoções, o exército brasileiro que acabara de vencer a Guerra do Paraguai almeja poder político.
Crise religiosa: Dom Pedro II mandou prender os bispos de Olinda e Recife pois, o papa não aceitava maçons dentro da Igreja Católica. O motivo da prisão foi a expulsão de católicos maçons por estes bispos, desobedecendo ordens imperiais. Para acabar com interferências em seu governo, Dom Pedro II, havia criado o padroado: um sistema que colocou a igreja abaixo do império.
Crise rural: Devido a abolição da escravidão o imperador perdeu o apoio dos barões de café.
O Positivismo: ideologia francesa usada para afirmar que a república era um regime moderno e adequado ao progresso do Brasil.


As constituições republicanas brasileiras:
a) 1891: Republicana, federalista, com tripartição do poder e presidencialista. Ficavam excluídos do sistema eleitoral as mulheres, os menores de 21 anos e os analfabetos. Primeira Constituição após a Proclamação da República em 1889.
b) 1934: Republicana, federalista, com tripartição do poder e presidencialista. Ficavam excluídos do sistema eleitoral os menores de 21 anos e os analfabetos. Não entrou em vigor!
c) 1937: Republicana, centralizadora e ditatorial, por causa so estado novo.
d) 1946: Republicana, federalista, com tripartição do poder e presidencialista. Ficavam excluídos do sistema eleitoral os menores de 21 anos e os analfabetos.
e) 1967: Republicana e ditatorial. Limitou as liberdades com os chamados Atos Institucionais (AI), durante a ditadura militar.
f) 1988: Republicana, federalista, com tripartição do poder e presidencialista. Ficavam excluídos do sistema eleitoral os menores de 16 anos. É a atual Constituição do Brasil.
O primeiro presidente do Brasil foi o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca.
Situação de Aprendizagem 7
Abolição e Imigração


Revisão: A Escravidão no Brasil
- A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos portugueses começaram escravizando os índios, porém a oposição dos religiosos e a resistência indígena dificultaram esta prática. Os colonos partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros, primeiramente escravos comprados de outros povos negros e posteriormente africanos livres raptados e vendidos como escravos, para trabalharem nos engenhos de açúcar da região Nordeste e a partir da segunda metade do século XVIII nas minas de ouro do Sudeste.
- O Tráfico negreiro era feito em navios negreiros que apresentavam péssimas condições e muitos africanos morriam durante a viagem.
- Os comerciantes de escravos vendiam os negros como se fossem mercadorias.
- O trabalho tanto nos engenhos quanto nas minas eram tarefas mais duras, difíceis e perigosas.
- O modo de vida de um escravo dependia de sua função (eito, doméstico ou ganho). Mas, em geral o modo de vida era: trabalhava de sol-a-sol, comia alimentos de péssima qualidade (restos), dormia na senzala (espécie de galpão úmido e escuro) e recebia todo tipo de castigos, inclusive físicos.
- A religiosidade africana não era permitida, nem seguir sua cultura. Porém, muitos praticavam a religião de forma escondida.
- As mulheres também foram escravizadas e executavam, principalmente, atividades domésticas. Os filhos de escravos também tinham que trabalhar por volta dos 8 anos de idade.
- A resistência foi marcada por revoltas e sabotagens em muitas fazendas. Muitos escravos também fugiram e formaram os quilombos, onde podiam viver de acordo com sua cultura, junto há alguns índios e outros excluídos coloniais. A última saída era o suicídio.
(fonte: texto adaptado de https://www.historiadobrasil.net)
O Movimento Inglês
- o fim do monopólio comercial de Portugal sobre o Brasil;
- taxas de importação privilegiadas aos produtos ingleses no Brasil;
- um porto franco aos produtos ingleses no Brasil;
- fim do tráfico de escravos, visando a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre assalariado com vistas à ampliação do mercado consumidor de produtos industrializados ingleses no Brasil;
- imunidade judicial e liberdade religiosa aos ingleses no Brasil.

A Inglaterra era a maior potencia naval da época e nação amiga do Brasil
desde o tratado de paz e amizade celebrado na vinda da família real portuguesa ao nosso país. Devido a Revolução Industrial Inglesa, estes viam na escravidão um problema pois, o escravo não tinha poder consumidor para comprar produtos fabricados na Inglaterra
e a escravidão no Brasil também gerava prejuízo para os fazendeiros ingleses da colônia das Antilhas que pagavam mão-de-obra assalariada e por isso seus produtos eram muito mais caros que os
produtos brasileiros.
Por estes motivos os ingleses pressionaram o Brasil até por fim a escravidão com a possibilidade do rompimento do tratado de paz e amizade e com o afundamento de vários negreiros no Atlântico.
Porém para os senhores latifundiários brasileiros o fim repentino da escravidão geraria um caos econômico para o Brasil que dependia totalmente do trabalho escravo e desta forma decidiu-se criar um processo gradual, onde aos poucos, o trabalho escravo foi substituído pelo trabalho assalariado.
O Movimento Abolicionista
A campanha abolicionista comportou divergências e diferenças de atuação entre moderados e radicais, porém os dois grupos criticavam o fato de o Brasil ser o único país independente a manter a mão-de-obra escrava.Embora alguns abolicionistas fossem a favor do trabalho assalariado, temiam que a libertação dos escravos pusesse em risco a grande propriedade.

Um Longo Processo até a Abolição

As Leis e as Suas Contradições
A primeira lei contra a escravidão no Brasil foi a Lei Eusébio de Queiroz que proibiu o tráfico negreiro, porém, a mesma não proibiu a escravidão gerando o contrabando de escravos da África, a venda interna de escravos do nordeste para o sudeste do país e com isso o aumento considerável no preço dos escravos.
A segunda lei: A Lei do Ventre Livre também não trouxe resultados imediatos, pois na prática, os filhos das escravas continuavam vivendo como escravos até os 21 anos de idade.
A Terceira lei: A Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe tornou-se motivo de piada: coisa para inglês ver, pois na prática era raro um escravo chegar aos 60 anos de idade e os raros casos, geralmente de escravos que não desejavam a liberdade pois, não teriam como se sustentar fora da escravidão.
Com uma forte campanha abolicionista apoiada inclusive pela imprensa, foi criada a Lei Áurea que foi a única que realmente pôs fim a escravidão. Mas, por não criar projetos de inclusão social para a população africana que saía do trabalho escravo, estes foram rapidamente substituídos pela mão-de-obra imigrante assalariada e passaram a ocupar as periferias das cidades como os morros do Rio de Janeiro dando origem a vários problemas sociais como o surgimento das favelas e dos meninos de rua por exemplo.
A Imigração



A Imigração no Brasil
Africanos: vieram ao Brasil principalmente como mão de obra escrava ao longo dos séculos XVI a XIX. Foram responsáveis por inúmeras contribuições culturais para a formação do "povo brasileiro" e ocuparam boa parte do território do país, mas, sobretudo, o Sudeste, o Centro-Oeste e o Nordeste.
Portugueses: chegaram ao Brasil em diferentes contextos e períodos, a começar durante os tempos da Colônia, em razão dos laços que envolviam Portugal e Brasil. Além disso, ocorreram também alguns picos migratórios, como no período minerador do século XVIII. Os portugueses ocuparam praticamente todo o território do Brasil.
Japoneses: vieram para o Brasil a partir de 1908. Buscavam trabalho nas lavouras de café e melhores condições de vida. Ocuparam principalmente a região Sudeste. Durante a Segunda Guerra Mundial, em razão da declaração de guerra do Brasil ao Eixo (Roma-Berlim-Tóquio), a entrada de japoneses foi suspensa, porém retomada logo após o final do conflito.
Outros grupos: durante o Período Colonial, poucos povos europeus, além dos portugueses, conseguiram fixar-se no país; contudo, os holandeses ocuparam algumas regiões nordestinas em 1624 e 1625 na Bahia e de 1630 a 1654 em Pernambuco e legaram alguns traços à população local. Sem configurar uma migração, após a Abertura dos Portos começaram a chegar viajantes, comerciantes e naturalistas estrangeiros. Mas foi principalmente depois da extinção do tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queiroz, de 1850) que europeus de diferentes países, como Itália e Alemanha, vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida e de acesso à terra. Grupos e famílias estabeleceram-se no Sul, devido a política de povoamento da região com a doação de terras e no Sudeste, devido a ser o centro economico do país. No início do século passado vieram japoneses para o campo, seguidos por árabes e judeus para as cidades. Mais recentemente, chineses e coreanos buscaram trabalho nas cidades brasileiras e, depois deles, peruanos e bolivianos. Atualmente, muitos haitianos chegam ao Brasil.
A principal consequência da imigração foi a formação de um povo miscigenado.

Aprendendo com o cinema: Quanto Vale Ou É Por Quilo?
Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.
Aprendendo com o cinema: Gaijin.
No início do século XX um grupo de japoneses vem para o Brasil, para trabalhar em uma fazenda de café em São Paulo. Lá eles encontram dificuldades para se adaptar pois são tratados com hostilidade, tendo que trabalhar quase como escravos e são roubados pelo patrão. Apenas alguns colonos os tratam bem, entre eles, Tonho, o contador da fazenda.
Situação de Aprendizagem 6
A Guerra Civil Americana ou A Guerra da Secessão

Significados de Secessão:
Dicionário: Ato de separar o que estava unido; separação; divisão.
Histórico: Os estados do sul dos E. U. A. ((Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana e Mississipi), economicamente dependentes do plantation, fizeram a secessão ao criarem os Estados Confederados da América (C. S. A), após a eleição do abolicionista Abraham Lincoln para a presidência dos E. U. A.
Mapa geográfico da Secessão:
Estados Unidos da América x Estados Confederados da América:
Azul: Estados da união com mão de obra livre.
Cinza: Estados da união com mão de obra escravagista.
Vermelho: Estados confederados com mão de obra escravagista.



As causas da Guerra:
- A Escravidão: O Sul era dependente da escravidão e o Norte era abolicionista.
- Os Impostos Alfandegários: Norte a favor da cobrança de altos impostos e o Sul a favor da total liberdade de comércio.
- A Questão Ferroviária: O Norte deseja altos investimentos nas ferrovias e o Sul entendia os altos gastos desnecessários para a união.
As Partes Envolvidas:
Estados Unidos da América (U. S. A.) e Estados Confederados da américa (C. S. A.).
Os interesses em questão:
A hegemonia nacional.
As características definidoras do grupo de colônias pesquisado:

As consequências da Guerra:
- Vitória da União (consolidação da hegemonia nortista);
- Consolidação da unidade nacional;
- Crescimento dos E. U. A. como uma nação industrializada protegida pela alfandega;
- Abolição da escravidão (sem solução para a segregação racial);
- Crise econômica e social nos estados do sul;
- Criação de grupos de resistência no sul como a K. K. K. (Ku Klux Klan), formada por veteranos sulistas da Guerra da Secessão, com a intenção da preservação e da luta pelos ideais sulistas: privilégios aos brancos, segregação racial e evitar que os negros tenham seus direitos garantidos pelo governo.
- Reeleição de Abraham Lincoln para presidência do país. Lincoln criou a Lei do Confisco (confiscando propriedades confederadas), aboliu a escravidão e criou a Lei de Terras favorecendo a migração para o Oeste;
- Assassinato do presidente Abraham Lincoln, interrompendo o seu segundo mandato presidencial.

Lição de casa: página 48.
Assista um dos filmes abaixo e responda a questão.
Documentário: A Saga dos E. U. A. - Episódio 5 (A Guerra Civil)
A Guerra da Secessão entrou para a história como a primeira das guerras modernas.
Situação de Aprendizagem 5
A Marcha para o Oeste

No início do século XIX, após o processo de independência e da aprovação da Constituição que oficializava os EUA como um país, o presidente George Washington começou a incentivar a colonização das terras que estavam na faixa oeste do país, com a intenção de obter vantagens econômicas e políticas através da expansão territorial, foi a chamada Marcha para o Oeste ou O Processo de Expansão Territorial dos E. U. A.
Linha do Tempo
1776-1783 - Independência dos E.U.A.: declarada em 04 de julho de 1776 gerou a guerra vencida pelos colonos com apoio da França e Espanha. Dando origem ao processo de expansão territorial que deu-lhe a extensão atual.
1783: Território dos Grandes Lagos (Montes Apalaches) conquistados da Inglaterra e reconhecidos no Tratado de Paris, na declaração do fim da guerra pela Independência.
1803: A Lousiania foi comprada da França.
1818: Território comprado da Inglaterra e anexado à Louisiania.
1819: A Flórida foi comprada da Espanha.
1820-1860 - Crescimento Populacional: A população do país aumentou de 10 milhões para cerca de 30 milhões de habitantes devido a grande chegada de imigrantes. Durante todo o século XIX, os Estados Unidos receberam enormes contingentes de imigrantes de todas as partes do mundo (principalmente Europa) em busca de terras e de uma nova vida em um novo mundo.
1823 - Doutrina Monroe: base da política externa no início do século XIX. A Doutrina Monroe foi proferida pelo presidente James Monroe no dia 02 de dezembro de 1823, no Congresso norte-americano. A Lei afirmou que o continente não deveria aceitar nenhum tipo de intromissão europeia sobre quaisquer aspectos, isto é, "América para os americanos". (Foi uma reação à chamada Santa Aliança (formada pela Áustria, Rússia e França) que pretendia possuir novas colônias na América.
A ideologia da doutrina estava baseada em três princípios básicos:
- a impossibilidade de criação de novas colônias no continente,
- intolerância à interferência de nações europeias em qualquer questão interna;
- não participação norte-americana em conflitos envolvendo países europeus.
1845: Anexação do Texas, que tornara-se independente do México em 1836.
1846: O território do Oregon foi cedido pela inglaterra.
1848: A Califórnia e o Novo México foram comprados do México.
1848-1855 - Corrida do Ouro: 300.000 pessoas de outras áreas dos Estados Unidos e também de outros países (até mesmo distantes como os povos da Ásia), dirigiram-se à Califórnia para garimpar o ouro em minas recém-descobertas. A corrida do ouro motivou a construção das primeiras estradas de ferro que integraram o Leste ao Oeste.
1853: O Arizona foi comprado do méxico.
1862 - Lei de Povoamento (Homestead Act): estabelecia que o governo poderia vender terras a um preço bastante acessível para os colonos que quisessem se estabelecer nas terras do Oeste. Estes primeiros homens e suas famílias a irem para o oeste atraídos pelas terras foram chamados de pioneiros e dedicavam-se a economia de subsistência: agricultura e pecuária. A Lei também definia a posse de uma propriedade com 160 hectares a quem a cultivasse a terra por cinco anos, tornado-as terras produtivas.
1867: O Alasca foi comprado da Rússia (a "loucura de Seward" ou a "Geleira de Seward").
1898: O Havaí foi anexado.
1901: O Big Stick (em português: "grande porrete"): refere-se ao estilo de diplomacia usado pelo presidente Theodore Roosevelt, usando a Doutrina Monroe , segundo a qual os Estados Unidos da América deveriam exercer a sua política externa como forma de deter as intervenções econômicas europeias, principalmente britânicas, no continente americano. Dessa maneira os EUA assumiriam a liderança comercial dentro do continente. Essa política representa uma adaptação de uma frase tradicional africana: fale com suavidade e tenha à mão um grande porrete."
Ao final do processo de expansão territorial os E.U.A. possuíam terras, na América do Norte, desde o Oceano Atlântico até o Oceano Pacífico.
Importante:
- Visualização geográfica das áreas conquistadas;
- A vitória sobre o grande obstáculo: o México;
- O povoamento das novas terras: a base da imigração de todas as partes do mundo, mas principalmente européia.

Documentário: A Saga dos E. U. A. - Episódio 3 (Direção Oeste)
A Marcha Para o Oeste e as Artes

A doutrina do destino manifesto e suas influências na atual sociedade norte-americana:
Situação de Aprendizagem 4
Comunismo, Socialismo e Anarquismo

Capitalismo: sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados e na liberdade de comércio e indústria, com o principal objetivo de adquirir lucro.
Socialismo: Doutrina política e econômica que prega a que os meios de produção e de distribuição devem ser controlados pelo estado gerando o fim da propriedade privada e das classes sociais (Fase intermediaria entre o capitalismo e o comunismo).
Anarquismo: Teoria social e política que afirma que a sociedade existe de forma independente e contrária ao poder exercido pelo Estado, sendo este considerado dispensável e até mesmo nocivo ao estabelecimento de uma autêntica comunidade humana.
Princípais Filósofos
Karl Marx

- Nasceu em Trier, Alemanha, em 5 de maio de 1818.
- Descendente de judeus, porém, seu pai, Heinrich Marx, se converteu ao cristianismo, não por acreditar na religião, mas para continuar a exercer sua profissão e poder realizar transações comerciais como um senhor de classe média.
- Estudou na Universidade de Berlim.
- Casou-se com Jenny que transcrevia e traduzia as obras do marido. Os dois tiveram 7 filhos, dos quais dois faleceram de doenças relacionadas a pobreza em que viviam.
- A principal obra de Karl Marx, intitulada "O Capital" (Das Kapital) demorou 16 anos para ser finalizada. Já, O Manifesto Comunista popularizou o seu pensamento por ser um livro pequeno, escrito em linguagem simples para o alcance do proletariado e do campesinato.
- O alcance de suas obras é incomensurável, mas podemos citar a Revolução Russa como um dos eventos relacionados ao impacto de sua obra. Seu nome está invariavelmente associado as teorias sobre o comunismo, o socialismo e a revolução.
- Karl Marx morreu em 14 de março de 1883 em Londres.
Friedrich Engels
- Nasceu em 28 de novembro de 1820, na cidade alemã de Wuppertal.
- Junto com o filósofo alemão Karl Marx, criou o marxismo (socialismo científico).
- Integrante de uma rica família. Em 1842, foi morar na Inglaterra para trabalhar na indústria de tecidos do pai, situada na cidade de Manchester.
- Ao observar às péssimas condições dos trabalhadores na Inglaterra do século XIX, passou a ter uma visão crítica sobre o capitalismo.
- No ano de 1844, Engels escreveu a obra "A situação da classe trabalhadora na Inglaterra" (publicado em 1845). No ano de 1848, junto com Marx, publicou a obra "O Manifesto Comunista", onde foram estabelecidas as bases da doutrina comunista.
- Neste mesmo ano, Engels participou das Revoluções de 1848, na Alemanha, Bélgica e França. Em 1850, retornou para a Inglaterra.
- Na década de 1850, Engels forneceu apoio financeiro para Marx escrever o primeiro volume da principal obra socialista "O Capital". Após a morte de Marx (1883), Engels foi o responsável por escrever a continuação do segundo volume desta obra e redigir por completo o terceiro.
- Morreu em Londres, no dia 5 de agosto de 1895.

Pierre-Joseph Proudhon

- Francês, nasceu em 1809 na cidade de Bensançon;
- Originário de uma família camponesa;
- Seu primeiro trabalho: Que é a Propriedade? (1840) e que contém a famosa frase "A propriedade é o roubo!"
- Publicou em seguida A Filosofia da Miséria (1846) e A Capacidade Política dos Trabalhadores, que exerceu profunda influência sobre o movimento operário francês.
O Pensamento de Marx e Engels
A ação humana:
"Os filósofos apenas interpretam o mundo de diferentes maneiras; porém, o que importa é transformá-lo."
A luta de classes:
"[...] A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e escravo, mestre de corporação e companheiro, em uma palavra, opressor e oprimido, em constante oposição, tem vivido uma guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou sempre pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. [...]"
Burguesia e proletariado:
"[...] No entanto, a nossa época, a época da burguesia, possui uma característica: simplificou os antagonismos de classes. A sociedade global divide-se cada vez mais em dois campos hostis, em duas grandes classes que se defrontam - a burguesia e o proletariado. [...]"
O trabalho:"Ao desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece o caráter útil dos trabalhos nele representados, e desaparecem também, portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que deixam de diferenciar-se um do outro para reduzir-se em sua totalidade a igual trabalho humano, a trabalho humano abstrato. Consideremos agora o resíduo dos produtos do trabalho. Não restou deles a não ser a mesma objetividade fantasmagórica, uma simples gelatina de trabalho humano indiferenciado, isto é, do dispêndio de força de trabalho humano, sem consideração pela forma como foi dispendida."
Mais valia:
É o termo empregado por Karl Marx à diferença entre o valor final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista. Por isso é comumente usada como sinonimo de lucro.
Alienação:
Trata-se de uma condição onde o trabalho ao invés de ser instrumento para a realização plena do homem e de sua condição de humano torna-se, pelo contrário, um instrumento de escravização, acabando por desumanizá-lo, tendo sua vida e seu próprio valor medidos pelo seu poder de acumular e possuir.
Características dos movimentos:

O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade e hierarquia. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado.
Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.
Diferentes pontos de vista sobre o socialismo:
Socialismo Utópico

Essa denominação tem a ver com o fato de tais pensadores acreditarem na total transformação da sociedade de forma pacífica, sem a necessidade da luta armada, que seria promovida pela luta de classes e pela revolução proletária. Foi considerado a primeira forma de contestação ao individualismo liberal e corporificou-se como uma possível resposta aos problemas sociais que surgiram durante o processo de industrialização.
Socialismo Científico

- Materialismo Histórico: As condições materiais (econômicas) determinam os acontecimentos históricos e o funcionamento da sociedade.
- Mais-valia: explica a exploração do trabalhador pelo empresário. É a diferença entre a riqueza gerada pelos operários e o valor pago, em forma de salário, pelos empresários a estes trabalhadores. É assim que o capitalista acumula capital. De acordo com Marx e Engels a mais-valia seria eliminada no comunismo.
- Luta de classes: explica a oposição entre explorados (trabalhadores) e exploradores (proprietários dos bens de produção). De acordo com o socialismo científico, a luta de classes desencadearia uma revolução proletária que teria como resultado o fim do capitalismo e a implantação do comunismo. Neste novo sistema, esta luta de classes não existiria mais, pois não haveria mais exploradores e explorados.
- Revolução socialista: a revolução socialista seria o meio pelo qual os trabalhadores (união dos proletários e camponeses) tomariam o poder, eliminando a propriedade privada e socializando os meios de produção (terras e fábricas). Com a implantação do comunismo, logo após a ditadura do proletariado (socialismo), seriam eliminadas as desigualdades econômicas e sociais.
Comunismo
- Renumeração conforme as necessidades da população;
- Desmilitarização da nação;
- Desburocratização;
- Governo coletivo, ou seja, eliminação do estado;
- Propriedade socializada;
- Inexistência das classes sociais.
Capitalismo

O Mundo Dividido
Após a II Guerra Mundial, o mundo foi dividido em dois blocos opostos: capitalistas (liderados pelos Estados Unidos) e comunistas (liderados pela União Soviética) deram origem a guerra fria que durou até o fim da década de 90. Com o fim da União Soviética e a queda do muro de Berlim, acabou a Guerra Fria com a vitória do capitalismo sobre o comunismo.


Aprendendo com o cinema



Situação de Aprendizagem 3
Linha de Produção Industrial
A Revolução Industrial

Definição:
É um conjunto de transformações que substituiu o trabalho artesanal pelo trabalho assalariado com o uso das máquinas.

Monarquia parlamentar; Lei de cercamentos; Livre comércio; Banco da Inglaterra e o sistema de crédito; Êxodo rural; Aumento da população; Aumento da produção de alimentos; Jazidas naturais; Comércio ultramarino; Burguesia forte.
Primeira Revolução Industrial

(1750 a 1850 na Inglaterra).
Passagem da manufartura para o sistema fabril (maquinofatura).
Principais invenções:
Máquina de fiar (fios),
tear mecânico (tecidos) e
a máquina a vapor (ferro).
Segunda Revolução Industrial

(1850 a 1950): Europa, Estados Unidos e Japão.
Trabalho em série;
Invenção dos automóveis, aviões,
e dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, televisão e cinema),
desenvolvimento da energia elétrica,
surgimento das vacinas e antibióticos
e descoberta de novas substâncias químicas.
Consequências da Revolução Industrial
Aumento da produção de produtos, padronização dos produtos, divisão e alienação do serviço, desenvolvimento dos transportes e comunicações, crescimento urbano, crescimento populacional, maior controle do tempo, exploração do trabalhador, desemprego estrutural e poluição ambiental.
As Condições de Trabalho

ambiente sujo e úmido,
jornadas longas: 15 a 18h,
baixos salários,
exploração das crianças
e das mulheres,
castigos físicos
e o domínio do tempo.
A Luta Entre Classes Sociais
A Burguesia industrial:
Donos da matéria-prima, das fabricas e das máquinas vivendo em casas luxuosas.
X
Operário ou proletariado:
Dono da força de trabalho vivendo em cortiços.
Terceira Revolução Industrial

(1950-até a atualidade): mundo.
avanço da tecnologia, da ciência, e da metalurgia,
conquista espacial,
progresso da eletrônica,
uso de energia atômica,
desenvolvimento da informática,
da engenharia genética
e da biotecnologia.
A Revolução Industrial e o Meio Ambiente
O processo de industrialização foi o principal responsável pelo processo de devastação do meio ambiente global:
- Exploração de matérias-primas;
- Predomínio da urbanização;
- Contaminação do meio ambiente.
Trabalho para a próxima aula (01/02/2017):

A História em Quadrinhos

Filmes:
A partir do estudo dos teóricos do liberalismo econômico, responda:
1) Explique a Lei da Natureza defendida por Thomas Mathus em sua obra Ensaio Sobre os Princípios da População.
2) Como David Ricardo definiu o trabalho na sua obra Princípios da Econômia Politica?
3) Quem foi Adam Smith e qual a idéia central de sua obra A Riqueza das Nações?
4) Qual a diferença entre o Ludismo e o Cartismo?
Sobre o desenvolvimento nas formas de trabalho industrializadas explique:
5) O que é o fordismo e o Taylorismo?
Situação de Aprendizagem 2
A Independência da América Latina
A questão do Haiti (Uma Colônia Francesa).
Princípais causas da independência do Haiti:
A influência das ideias iluministas; A influência da Revolução Francesa; A influência da independência dos E. U. A.; A participação maciça dos negros lutando por liberdade, igualdade e direito à propriedade de terras no Haiti.





A América Espanhola
O processo de independência da América Espanhola ocorreu ao longo do século XVIII. Nesse período, observamos a ascensão de um novo conjunto de valores que questionava diretamente o pacto colonial e o autoritarismo das monarquias absolutistas. O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais.
A elite letrada da América Espanhola eram os criollos (filhos de espanhóis nascidos na América desprovidos de amplos direitos políticos) que com base no iluminismo convocaram as camadas mais populares a lutarem por independência.

A divisão administrativa da América Espanhola consistia em quatro vice-reinos e quatro capitânias:
- Vice-Reino da Nova Espanha; Vice-Reino de Nova Granada; Vice-Reino do Peru e Vice-Reino do Rio Prata.
- Capitânia Geral da Guatemala; Capitânia Geral de Cuba; Capitânia Geral da Venezuela e Capitânia Geral do Chile.
A socidade colonial espanhola estava dividida em:
Chapetones: Elite Espanhola com direitos políticos.
Crioulos: Elite local, brancos, filhos de espanhóis, sem direitos políticos;
Mestiços: mistura de brancos com índios;
Índios: povos nativos.
Negros: Africanos trazidos como escravos.

Dois Processos Distintos
América Portuguesa x América Espanhola
Enquanto na América Portuguesa a independência envolve um processo de centralização política, na América Espanhola a independência foi obtida de forma fragmentada.
A América Espanhola







América Portuguesa


O Caso Maria Quitéria

Uma série de fatores influenciavam como viviam as mulheres no século XIX, mas, de modo geral, elas tinham bem menos direitos do que nos dias de hoje e, normalmente, exerciam funções domésticas; muito raramente conseguiam formação profissional em uma faculdade ou aprendiam algum ofício. Maria Quitéria foi um caso a parte: Para entrar no exército ela vestiu-se de homem no dia do seu alistamento. Descoberta como mulher pode continuar no exército, porém sua farda ganhou um pequeno saiote (saia). Sua principal participação em batalha foi a Tomada de Salvador, em 2 de julho de 1823, onde foi aclamada pela população e condecorada. Idealista, Lutou pela Independência brasileira, contra o domínio português. Por fim, foi esquecida e morreu no anonimato como personagem feminino relevante dentro da história nacional. Sua imagem passou a ser valorizada somente 50 anos após a sua morte, na virada do século XIX para o XX. Destacam-se como motivos o forte nacionalismo do período, as comemorações do centenário da Independência, em 1922, e a própria situação da mulher ocidental, que, após a Primeira Guerra Mundial, de maneira geral, sofreu algumas alterações, abrindo caminho para conquistas, como o direito ao voto, por exemplo.
Conclusão

Ao estudarmos o processo de independência da América Latina concluímos que as independências tanto da América Portuguesa como da América Espanhola partiram das elites agrárias locais influenciadas por correntes filosóficas como o iluminismo, liberalismo e nacionalismo. Na América Portuguesa a elite latifundiária uniu-se e apoiou o imperador para manter seus privilégios, como por exemplo, a continuação da escravidão na formação de uma monarquia constitucional independente de Portugal: Brasil Império. Essa centralização de poder nas mãos do imperador D. Pedro I, permitiu que através de lutas, inclusive entre portugueses e brasileiros no interior do país, fosse mantida a unidade territorial do atual Brasil. Já na América Espanhola a elite agrária Crioula, apoiada por ingleses e norte-americanos, insurgiu contra o domínio espanhol realizado por meio dos chapetones (governadores) e tomou o poder político com o apoio de militares e civis fragmentando-a em várias nações independentes, o que facilitou o domínio comercial inglês da região.
A História em Quadrinhos

Situação de Aprendizagem 1
A Revolução Francesa

A Revolução Francesa foi um período da história em que ocorreu um processo social e político que decorreu entre 1789 e 1799 na França e que, com o tempo, se estendeu noutros países. Entre as suas principais consequências, destacaremos a queda do rei Luís XVI: fim do Antigo Regime (o Absolutismo), a efetivação da proclamação da Primeira República, o surgimento da burguesia (pequenos capitalistas) como classe social dominante e o poder deixou de ser hereditário ou divino, já que, na teoria, qualquer pessoa podia ser eleita para o governo. Marcou o início dos nossos dias: a idade contemporânea.
Causas da Revolução Francesa
População dividida em três estados: Clero ou 1º estado, Nobreza ou 2º estado (esses dois com seus privilégios: propriedades, cargos públicos e o direito de não pagar os impostos) e os Comuns ou 3º estado (trabalhadores divididos em burguesia, sans-culotes e camponeses sem direitos). A partir do terceiro estado, surgirá durante a república dois importantes grupos políticos: os Jacobinos: revolucionários populares franceses que tiveram suas posições radicalizadas sob comando de Robespierre e os Girondinos: republicanos considerados moderados, representantes da alta burguesia francesa.

Monarquia absolutista: Luís XVI (imagem ao lado) mostrou-se um fraco monarca: sem ações decisivas em meio a crise, fortemente influenciado por sua esposa Maria Antonieta e ainda colocava os seus interesses pessoais acima dos interesses do estado.
O iluminismo: Contestação do antigo regime e atendimento aos ideais burgueses de liberdade, igualdade e fraternidade.
Guerra da Independência dos E. U. A.: O apoio francês aos ex-colonos norte-americanos influênciou a nação a lutar por liberdade, igualdade e fraternidade, a lutar contra a tirania do rei, a desejar a república e a desejar não pagar mais impostos sem que haja representação política.
Crise financeira: devido aos altos gastos da corte real e da guerra, o rei Luís XVI precisava aumetar a arrecadação de impostos. A decisão era criar novos impostos para o 3º estado ou, pela primeira vez, o 1º e 2º estados teriam que pagar impostos.
As Fases da Revolução Francesa
A Reação da Aristocrácia
- A assembléia dos notáveis: Luís XVI reuniu os membros mais destacados da aristocrácia: 1º e 2º estados para discutir a crise econômica do país. Ao saber da possibilidade de pagarem impostos, os notáveis rejeitaram a proposta e ainda conseguiram a demissão dos ministros, que com tamanha ousadia, apresentaram a proposta a Luís XVI.
- A convocação dos estados gerais: como decisão da assembléia dos notáveis, em maio de 1789 os estados gerais (clero, nobreza e povo) foram convocados para discutir as leis que regiam o país e obrigar o terceiro estado a assumir os novos impostos.
- A convocação da Assembléia Nacional Constituinte: Foi proclamada em junho de 1789 a Assembléia dos estados. Neste momento houve uma vitória significativa do terceiro estado já que antes a votação era por estado onde o clero e a nobreza sempre venciam o povo. Desta vez com o apoio do baixo clero e da baixa nobreza o povo consegue que as decisões sejam realizadas com a votação por cabeça e não mais por estado. Essa decisão foi proclamada em 17 de julho de 1789.
A Assembléia Nacional Constituinte
- A Assembléia Nacional Constituinte: O objetivo era elaborar uma constituição para a França, opondo-se ao poder absoutista do rei Luís XVI e as atuais leis que regiam o país. No final, instituiu o fim da servidão e dos privilégios feudais para o clero e a nobreza e a elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
- A mobilização popular: Várias revoltas populares ocorreram em Paris e no interior da França causadas inicialmente pelo aumento no preço do pão e culminaram com a tomada da Bastilha.
- A queda da Basilha: A Bastilha era a prisão onde ficavam todos os inimigos políticos do rei, por isso, foi significativa dentro da revolução, a tomada pelo povo da prisão que representava a tirania absolutista, onde muitos guardas foram mortos e todos os presos faram libertos.
- O grande medo: Foi o período quando as revoltas se espalharam pela França e chegaram ao campo, tornando assim a revolta um movimento nacional e não apenas em alguns locais específicos. Neste momento muitos nobres foram mortos principalmente pelos camponeses.
- A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão: foi aprovada pela Assembléia constituinte em 26 de agosto de 1789, instituindo os direitos ao respeito pela dignidade humana, a liberdade de pensamento e opinião, a igualdade dos cidadãos perante a lei, o direito a propriedade individual e o direito de resistência à opressão política, dentre outras leis.
- A noite dos milagres: Foi a noite em que a Assembléia proclamou a Constituição Civil do Clero: documento oficial que permitiu o confisco das terras do clero e o subordinou a autoridade civil do estado. Em 1794 cerca de 300 mil pessoas da nobreza e do clero tinham se refugiado no exterior.
A Monárquia Constitucional
A Constituição Monárquica: Em 1791, a partir de acordos entre a alta burguesia e parte da nobreza e do alto clero foi finalizada a constituição que deixaria o rei Luís XVI abaixo das leis civis (sistema tripartite de poder). Era a instituição da Monárquia Constitucional na França dando poder à burguesia pela primeira vez na história francesa. Extinguiu os privilégios do clero e da nobreza, manteve-se a escravidão nas colonias e excluíu-se os demais homens comuns dos direitos políticos.
A reação contrarrevolucionária: O rei Luís XVI não aceitou perder os seus poderes absolutistas e passou a fazer contato com nobres franceses exilados em outros países e também com os reis da Áustria e da Prússia. Em 20 de junho de 1791, Luís XVI fugiu de Paris para tentar unir-se ao exército que estava se formando no exterior porém, durante a fuga foi preso e levado de volta a Paris e mantido em vigilância.
A Batalha de Valmy: A França foi invadida pelos aliados de Luís XVI, o exército austro-prussiano e para defender o país, líderes como Jean-jacques Danton e Jean-Paul Marat convocaram o povo às armas até que em 20 de setembro de 1792, na Batalha de Valmy, o exército invasor foi derrotado pelas tropas francesas.
A República
- A República: A vitória fortaleceu os revolucionários, o rei Luis XVI acusado de traição à nação e foi preso, surge então a República em 22 de setembro de 1792 e a Assembléia Nacional foi substituída pela Convenção (1792-1795) assembleia formada por deputados girondinos, jacobinos e da planície que tinha como principal missão elaborar uma nova Constituição republicana, que ficaria pronta em 1793.
A constituição Republicana (1793): Instituiu o voto universal masculino, escolas públicas, garantia de direitos e assistência aos socialmente desamparados.
Durante a república Surgiram 3 forças políticas:
Girondinos: era a alta burguesia, moderados e temiam que o povo assumisse o poder.
Jacobinos: era a Pequena burguesia de Paris que defendia o interesse popular, sendo por isso, apoiados pelos sans-culotes.
Grupo da planície: era a burguesia financeira que apoiava quem estava no poder, ora os girondinos e ora os jacobinos.
A morte do rei: Nesta época o rei, vários nobres e muitos padres foram mortos pelos revolucionários. Os girondinos tentaram defender o rei mas, os jacobinos liderado por Maximilien Robespierre conseguiram a sua condenação à morte. Tanto o rei Luís XVI como sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados diante de uma multidão de franceses no ano de 1793. Foi a derrota dos absolutistas e dos girondinos.
A Ditadura Jacobina (1793-1794): Nesta fase também conhecida como O Terror, os jacobinos instalaram uma ditadura sob a liderança de Robespierre com a criação do Comitê da Salvação Pública que administrava o país e controlava o exército. O tribunal revolucionário que prendeu e puniu os inimigos e traidores da revolução foi responsável pela morte de aproximadamente 50 mil pessoas.
Esse foi o momento da consolidação da revolução no país trazendo ordem interna a França e impedindo a invasão de povos estrangeiros em seus territórios, porém Robespierre procurando atender aos interesses de vários grupos, acabou sendo deposto, preso e guilhotinado.
O Diretório
O calendário republicano: Com o propósito de dar início a uma nova era foi criado um novo calendário em substituição do calendário gregoriano. O priimeiro dia deste calendário foi 22 de setembro de 1792, o primeiro dia da república e os meses passaram a chamar-se vindimário: vindima ou colheira, blumário: bruma o neblina, frimário: frio ou névoa, nivoso: neve, ventoso: vento, germinal: germinação, floreal: Flores, pradial: pradarias ou grama, messidor: colheita, termidor: calor e frutidor: frutas.
O Diretório: Após a morte de Robespierre a Convenção Nacional passou a ser dominada pelos girondinos que criaram uma nova constituição e o Diretório, órgão composto por cinco membros eleitos pelo poder legislativo. Em meio a revoltas dos descontentes: Monarquistas e jacobinos, surgiu um jovem general chamado Napoleão Bonaparte que conseguiu unir o exercito e alguns dos princípais lideres da burguesia para dar um golpe de estado.
A Constituição burguesa de 1795: recuo em relação aos direitos civis da Constituição anterior, já que o voto passa a ser censitário.
O Golpe de 18 Brumário: Em 10/11/1799 (ou seja, em 18 de Brumário do ano VIII no calendário da república), Napoleão Bonaparte dissolveu o Diretório e estabeleceu um novo governo
chamado Consulado. Assim Napoleão evitou que o poder se firmasse na mão das camadas mais populares que desejavam igualdade social,
consolidando as conquistas da burguesia, encerrando o ciclo revolucionário Francês.

A Era Napoleônica
O Consulado: Este período se caracterizou pela recuperação econômica e pela reorganização jurídica e administrativa na França. O governo era republicano e controlado por militares, onde três cônsules chefiavam o poder executivo (Napoleão, Ducos e Sieyés), mas como Napoleão foi eleito o primeiro-cônsul era ele quem realmente governava. Apesar da democrácia da nova constituição, era ele quem comandava o exército, propunha novas leis, nomeava cargos e controlava a política externa. Durante seu governo as oposições foram aniquiladas, a alta burguesia consolidou-se e os projetos de setores populares foram sufocados. Napoleão foi nomeado cônsul vitalício em 1802, com o apoio das elites francesas, que estavam entusiasmadas com os avanços dando origem ao império.
O Império: Em 1804, Napoleão Bonaparte recebeu o título de Imperador, mediante um plebiscito. Durante sua cerimônia de coroação, ele retirou do Papa a coroa e colocou-a em sua cabeça com as próprias mãos. Esse gesto ousado representou que o novo imperador, símbolo máximo da força da burguesia, considerava-se mais importante que a tradição da Igreja. Na prática foi a volta da monárquia hereditária, baseada em uma política expansionista com conquistas territoriais através de guerras; Forte concentração política nas mãos de Napoleão; Apoio a burguesia que manteve seus direitos através do Código Cívil Napoleonico que eliminou os privilégios dos nobres (último pilar do antigo regime), garantiu a todos os cidadãos masculinos a igualdade perante a lei, separou Igreja e Estado, legalizou o divórcio, além de dividir o direito civil em duas categorias: o da propriedade e o da família, e de codificar diversos ramos do direito ainda organizados em documentos esparsos; E a divulgação dos princípios liberais franceses aos países conquistados, combatendo assim as estruturas políticas do absolutismo dentro e fora da França. Para conseguir atingir o objetivo de dominar a Europa, Napoleão precisava neutralizar a outra potência do continente: a Inglaterra. Para tal, Napoleão decretou, em 1806, o Bloqueio Continental. De acordo com este, os aliados dos franceses não poderiam fazer comércio com a Inglaterra e, caso desrespeitassem este bloqueio, poderiam ser invadidos pelas tropas de Napoleão. As terras conquistadas foram Espanha, Reino da Itália, Nápoles, Varsóvia, Córsega, Baviera, Reno e Vestefália e os Estados independentes aliados eram Portugal, Império Otomano, Sardenha e Sicília. Já os inimigos princípais foram Inglaterra, Rússia, Reino da Suécia e Império Austríaco. Em 1811, logo após a Rússia desrespeitar o bloqueio continental e abrir os portos aos produtos ingleses, Napoleão resolveu invadir o imenso território russo. O inverno rigoroso na Rússia e a resistência das tropas com a tática da "terra arrasada" (recuo das tropas russas com a destruição de tudo que está no caminho do inimigo gerando frio, fome e sede) derrotaram os franceses. Após outras derrotas Paris foi invadida pelas tropas unidas inglesas, russas, prussianas e austríacas em 1814, dando fim ao Império e Napoleão que foi exilado na Ilha de Elba na atual Itália.
O Governo dos cem dias: Com Napoleão exilado o trono francês foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luís XVI. Napoleão conseguiu fugir da Ilha de Elba e ao voltar à França, em março de 1815, foi recebido em Paris como herói e se instalou no poder como imperador obrigando Luís XVIII e a família real a fugir mas, a permanência de Napoleão no poder durou apenas cem dias pois, a coligação militar da Europa se reorganizou e derrotaram definitivamente as tropas de Napoleão na Batalha de Waterloo (Bélgica). Napoleão foi mandado para a Ilha de Santa Helena, no atlântico sul entre o Brasil e Angola, onde ficou até sua morte.
Em 1815, Luís XVIII foi reconduzido ao poder e o nacionalismo com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade se espalharam pelo mundo... Estas já são outras histórias!
A história em quadrihos
A Revolução Francesa


A história em filme:
Waterloo: A Batalha de Napoleão.